Mesa diretora do fórum no Mosqueiro, ao centro a sra. Roberta Gusso. |
Eis que articulamos transporte e uma comitiva formada por mim, Táta Kinamboji, e por Mametu Kátia Hadad, Byany Sanches e Elisangela Moraes, saiu do centro de Belém pra uma viagem de quase duas horas pelos 60 Km que separam a área central da capital do distrito na ilha do Mosqueiro.
Além do trânsito, tivemos de enfrentar a desinformação quanto ao local do evento, que de última hora foi transferido do auditório da agência distrital para o Centro Cmunitário do Sucurijuquara, e que ao fim aconteceu numa escola na estrada Carandanduba - Baía do Sol.
Povos tradiconais de matrizes africanas foram excluídos. |
É, no mínimo, muito estranho a forma como o desgoverno do Pará, através da diretoria de cidadania e direitos humanos da SEJUDH, e da sua CEPIR desprovida de coordenação, está desencaminhando as políticas de promoção da igualdade racial.
Mais estranho, ainda, é essa tal de "Dra Roberta" que está na diretoria de cidadamia e direitos humanos da secretaria, e é alguém que usa da sua autoridade pra interromper a fala das lideranças de quilombo, como ela fez com o sr. José Santos, lideranca quilombola de Tomé Açu, cuja fala foi silenciada por intervenção da sra. Roberta Guzzo.
O despreparo da equipe diretora da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Pará para o trato com os movimentos sociais e com as comunidades e os povos tradicionais é evidente, e esse despreparo foi mais que revelado quando os gestores, da Prefeitura e do Estado, não souberam responder aos jovens líderes do quilombo de Sucurijuquara quando estes indagaram dos motivos daquela reunião.
Maria da Paixão Costa e Byany Sanches, conselheiras municipal e estadual, representantes dos movimentos sociais negros. |
E foi preciso que nós, lideranças do movimento negro e lideranças de povos tradicionais de matrizes africanas, tomássemos a palavra para informar da convocação da III Conferiencia Nacional de Promoção da Igualdade Racial por parte da Presidente Dilma, assim como do seminário que vai acontecer com a presença da Ministra Luisa Bairros para debater "Territórios tradicionais negros: desenvolvimento e enfrentamento ao racismo", que vai acontecer em Belém em 17 de maio, daqui a mais ou menos um mês.
Com toda essa desinformação e desmobilização promovida pela CEPIR/ DCDH da SEJUDH-PA, alguém ainda se espanta de ninguém do governo ter apresentado informações sobre o planejamento da conferencia estadual de promoção da igualdade racial?
Táta Kinamboji debateu a situação dos terreiros. |
Além do despreparo na discussão e encaminhamento de políticas públicas de igualdade racial,a organização do evento não se preocupou com a infra-estrutura básica, e o evento nem água tinha, e a água de beber chegou no local da
reunião depois das 11 da manhã, e quando partimos de volta pro centro da cidade, as 14h, ainda não havia
chegado o almoço dos participantes...
A situação de descaso com que a SEJUDH tratou da infra-estrutura para receber o povo negro no Mosqueiro, pode ser considerada como Racismo Institucional...
Enfim, o saldo positivo é que a revolta diante da situação que encontramos na ilha, possibilitou a reunião de lideranças durante o fim de semana e a agenda de uma audiência com o secretário José Acreano Brasil Jr, que já está marcada para a segunda-feira, dia 29 de abril, as 11h, no gabinete do secretário.
Marcílio Medeiros e Mametu Kátia Hadad, com as mestras do Sucurijuquara. |
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