terça-feira, 19 de março de 2013

10 anos da SEPPIR e Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial!


Em 21 de março de cada ano, a ONU relembra o triste episódio de 1960, quando dezenas de manifestantes pacíficos foram mortos a tiros pela polícia no município sul-africano de Sharpeville, quando eles protestavam contra o apartheid. Fonte: ONU.
Em memória aos militantes negros que morreram lutando, essa data foi instituída pela ONU. Essa data, como outras lembradas pelo Movimento Negro não é mais uma data festiva, muito pelo contrário: com a instituição dessa data, temos no calendário um dia garantido, com a atenção voltada às lutas dos povos negros contra a opressão e a discriminação racial.
 
No mesmo dia, em 2003, o Governo Lula inicava uma nova era na luta por igualdade racial no Brasil. A criação da SEPPIR é um marco na institucionalização das políticas de promoção da igualdade racial. O Brasil foi o primeiro país a criar um órgão com status de ministério para tratar especificamente do combate ao racismo e da superação das desigualdades raciais. Essa conquista é resultado de décadas de luta de organismos e entidades negras por ações efetivas do Estado
 

 
Postagem coletiva em comemoração aos dez anos de criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR e pelo Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação

ESSE POST FAZ PARTE DA BLOGAGEM COLETIVA PELO DIA INTERNACIONAL PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL, UMA INICIATIVA BLOGUEIRAS NEGRAS.
 
 
 

domingo, 10 de março de 2013

A cidade (também) é nossa!


Os registros da ação fazem parte da exposição coletiva "Nós de Aruanda - artistas de terreiro", em cartaz na Galeria Theodoro Braga/ CENTUR de 8 a 22 de março de 2013.

Rebatizado do elevado - agora se chama elevado do Exu de Mãe Celina
Proposição de Arthur Leandro, realização coletiva.
Ritual poético de re-batismo do elevado Daniel Berg em Belém/PA.

Nós também temos o direito à memória da cidade, e a história desta encruza das avenidas Pedro Álvares Cabral e Júlio César conta muito mais que ela é a encruza do Exu de Mãe Celina do que um lugar que reverencie o Daniel Berg.
O que fizemos foi mandar o Berg procurar o verdadeiro lugar dele para evidencir aquilo que se queria manter no submundo dessa política de esquecimento, ou de apagamento dos rastros dos povos de terreiro na cidade de Belém, ou, ainda, manter viva a memória que o fundamentalismo cristão queria deixar no subterrâneo.... e trouxemos à tona a memória social de Belém ao tomar este lugar de assalto e num ato poético e ritualístico devolver a posse e a memória do lugar a quem de direito, o Exu de Mãe Celina...


E aproveitamos a primeira segunda-feira deste março que se comemora a resistência de luta de Mãe Doca por liberdade religiosa para provocar a cidade a debater questões como esta, qual é o lugar dos Povos Tradicionais de Terreiros na espaço público de Belém? E se Mãe Doca foi presa por diversas vezes em nome do seu direito humano de consciência religiosa, talvez nossa geração precise arriscar ser presa para conquistar a cidadania, os espaços políticos e o direito à memória....

Neste ritual a principal memória talvez tenha sido a olfativa..... com a fluída defumação que trouxe lembranças que pode preencher lacunas que nos distanciavam dessa encruza...



Fotos de Arthur Leandro, Deiza Melo e Kátia Simone Araújo.

 texto de Kátia Hadad sovre este trabalho.
Eu dormi, perdi a hora, mas acontece, que estive na noite anterior na procura do Arthur Leandro, nos preparativos, e a história de ser preso, foi muito bem colocado...
Na época de Mãe Celina era assim: era ela enfrentando os intolerantes, a polícia e tudo o mais, nossos inimigos eram outros. Vendo as fotos me emocionei, conheci Mãe Celina de perto, minhas filhas estudaram na ESCOLINHA DA MÃE CELINA, todo o seu maternal, sim porque ela fundou uma escolinha pra atender as necessidades de mães de terreiro que moravam na Sacramenta, nosso bairro, convivemos com ela, eu e minha saudosa mãe.
O que vicês fizeram é uma justa homenagem a esta mulher Guerreira de Yansã com Ogum, que em sua epóca fez nome e história nos enfrentamentos pela afirmação de sua fé.
Foi Celina Soares da Costa a primeira mãe de santo em Belém do Pará, a sair do conforto de seu Terreiro localizado no bairro da Sacramenta, (precisamente na Trav. Mucajá Pass. Bom Sossego n.5 onde hoje é um prédio de Kit nets, mas, ainda moram vizinhos dela que podem confirmar tal coragem na década de 70), com suas roupas e fios de contas religiosos e ir pra encruzilhada reverenciar Exú Tiriri, o guardião de sua casa e de sua vida.
Que seu Tiriri ilumine os nossos caminhos nesta árdua jornada que enfrentamos todos os dias, que ilumine você, Arthur Leandro, um homem de uma sensibilidade inigualável, pois, reconhecer a legitimidade do que Mãe Celina fazia através da memória de suas práticas, é ser grande literalmente como você é, em seus valores e aptidões artísticas e mais ,no exercício de respeito ao diferente, pois, você é de Candomblé Angola e Mãe Celina foi Umbanda e Mina Nagô.
Mãe Celina é falecida em 3 de dezembro de 2003 e enterrada no Cemitério São Jorge no dia 4 de Dezembro - dia de Santa Bárbara que no Sincretismo figura Yansã, o que na época só reforçou o conceito de sua coragem e valentia para quem teve o privilégio de conhecer e conviver com ela; e agora vc Arthur traz no reviver de nossa memória uma lenda , um mito para a reverência de muitos e para o conhecimento e curiosidade de todos.
Laroiê seu Tiriri, Salve Mãe Celina, Salve Mãe Doca, Salve todos nós que temos missões espirituais a cumprir, Salve Arthur Leandro, Salve o Mês de MARÇO, MÊS DA MULHER, MÊS DAS COMEMORAÇÕES DAS LEIS MUNICIPA E ESTADUAL, 18 DE MARÇO DIA MUNICIPAL E ESTADUAL DA UMBANDA E DA RELIGIÃO AFRO BRASILEIRA. MAEZU.
Mametu Kátia Hadad