domingo, 31 de janeiro de 2016

Tailândia/PA, um relato das aulas de Laboratório (experimental) de narrativas gráficas.

A minha questão aqui, é relatar experiências de ensino que coloquem em evidencia as relações étnicas e raciais e a defesa os direitos humanos no Brasil e na Amazônia. Pra começar, vimos alguns exemplos de racismo, machismo e opressão social nas histórias em quadrinhos, e como exemplo re resistência: Mafalda!


Depois passamos para exercícios - exercícios de li-ber-da-de...


Me apoiei, e muito, nas experiências do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, e utilizei muitos dos exercícios propostos por ele, principalmente a encenação de relatos de situação de opressão sentida e vivenciadas pelos estudantes, e na sequência a encenação de reações àquela opressão sofrida. Também me apoiei muito em exercícios de libertação das opressões do corpo, inclusive com a proposta de dançar, e neste caso dançamos ao som das lutas de independência de Angola com "Muadiakime" do disco"Angola 72", de Bonga Kuenda.  





Depois dos exercícios, passamos a desenhar as situações propostas, e a criar quadrinhos com as narrativas de enfrentamento às opressões que os próprios estudantes foram vítimas...





Neste caso, as narrativas das histórias em quadrinhos produzidas em Tailândia não vão retroalimentar a ideologia das opressões e hierarquias raciais e sociais de (quase) toda a industria cultural das revistas em quadrinho, estas aqui vão habitar muros, campos e areiais, camisetas e zines, e, penso, tem a potência de provocar a reflexão sobre o contexto de vida da população na 'Amazônia Negra'.