quarta-feira, 25 de maio de 2016

Roda de Conversa, as poéticas de Matrizes Africanas na Amazônia.

Mais informações no blog da  COPIR: Programação com temática étnico-racial na Feira do...


Roda de Conversa: poéticas de Matrizes Africanas na Amazônia.
Apresentação: Táta Kinamboji (Profº Arthur Leandro), equipe do Projeto Azuelar.

Serviço:
Local: Estander da SEDUC
Dia: 28 de Maio
Horário: 13:30 às 15:30

1º Bloco de Entrevista
Projeto Educativo “Afro-amazônicos e seus símbolos”
Convidada: Tainah Jorge.
Tainah Jorge é filha de santo de Mãe Esther de Jarina, Terreiro Seara da Oxossi, da nação Tambor de Mina. É estudante de ciências sociais na UNAMA e cumpre estágio no serviço educativo do Museu Paraense Emílio Goeldi, e foi trabalhando no serviço educativo do museu que ela propôs a construção do circuito “Afro-amazônicos e seus símbolos”, que faz parte do seu projeto de pesquisa. Ela explica que a meta desse projeto é estimular o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira, de acordo com a Lei Federal 10.369/03, e é um circuito para mostrar a estudantes do ensino médio as relações entre culturas afro religiosas e espécies de plantas do acervo do Parque Zoobotânico. O projeto do Serviço de Educação foi construído em parceria com comunidades de terreiro de matriz africana em Belém.

2º Bloco de Entrevista
Projeto “Nós de Aruanda-Artistas de Terreiro”
Convidados: Mãe Nalva de Oxum, Mametu Muagile, Mametu Nangetu, Professora Dra Marilu Campelo, e Weverton Ruan Rodrigues.
Nós de Aruanda, artistas de terreiro, é um projeto do Grupo de Estudos Afro-Amazônico (NEAB)/ UFPA, e do Grupo de Estudos e Pesquisa Roda de Axé/ CNPq. Em 2016 se realizou a 4a exposição com poéticas de matriz africana na Amazônia, e é sobre essa experiência de arte fundada na matriz cultural oriunda da África negra. que vamos colocar em debate.

3º Bloco de Entrevista
Projeto “BLOCK PRINT – Estamparia Afro”
Convidado: Glauce Santos e Jean Ribeiro.
A estamparia por carimbos de madeira, ou blocos de madeira, conhecida como Wood Block Printing, foi o processo precursor da produção industrial em grande escala. O método de gravação da matriz de madeira é o mesmo da xilogravura, com algumas particularidades relacionadas aos materiais, como corantes e têxteis a serem utilizados. Tornou-se possível a reprodução de um desenho mais elaborado e com bons resultados formais, favorecendo a gravação de matrizes voltadas, exclusivamente, para a estamparia corrida. A técnica é utilizada na estamparia africana, e difundida em projeto de pesquisa e oficinas educativas de Glauce Santos e Jean Ribeiro.

4º Bloco de Entrevista
O desafio da educação afrocentrada em arte,
Convidada: Isabela do Lago.
Muito se têm pensado sobre a importância do conhecimento em história e cultura africana e afro-brasileira nas salas de aula, sobretudo na educação básica, com o intuito de fundamentar origens da cultura negra e sua afirmação identitária para a superação do racismo e reparação dos problemas sociais ocasionados pelo mesmo. Isabela traz uma proposta afrocentrada para o ensino-aprendizagem da arte em formato didático, para fácil aplicabilidade na sala de aula, onde encontraremos suporte poético na leitura de obras que compõem o acervo do projeto “Nós de Aruanda- artistas de terreiro fazer um glossário explicando os termos” entre as edições de 2013 a 2015 da mostra em Belém do Pará.

“Eu nunca vi machado cego fazer casa pra morar”, por Pedro Neto.

“Eu nunca vi machado cego fazer casa pra morar”
Nossa cultura transversal e dialógica - povos tradicionais de matriz africana – nos ensinam alguns princípios fundamentais que dizem respeito ao bom convívio entre nós e os outros. O mundo apressado, capitalista com esse Estado burocrata que insiste em nos criminalizar, não entendeu e pelo jeito não vai entender tão cedo que estão nestes princípios elementos vitais para nossa manutenção e existência. Perder ou deixar de ganhar políticas que contenham minimamente estes princípios nos matam, nos fazem apodrecer por dentro.
Olhamos isso, construímos estratégias de enfrentamento e combate ao racismo. Nos olhamos, nos reconhecemos uns nos outros. A estratégia adotada por nós que culminou na apresentação, aprovação no Colegiado Setorial de Cultura Afro-Brasileira e no Pleno do CNPC/Minc sobre o Plano Nacional para Culturas Afro-Brasileiras nos dias 09, 10 e 11/05/2016 foi vitoriosa. Até que ponto?
Nos últimos cinco anos, num pacto nacional lideranças tradicionais de matriz africana de todo Brasil pautou o debate acerca do racismo institucional; ampliou as representações da cultura negra no Conselho Nacional de Políticas Culturais para a capoeira, para o hip hop, para a cultura alimentar, para os povos tradicionais de matriz africana, para os quilombos; ampliou a participação de lideranças negras em diversos colegiados setoriais; construiu um plano exequível para as culturas negras.
Para isso pagamos um alto preço, não financeiro, mas sim no enfraquecimento de nossos princípios. Uma névoa, anunciada, cobriu nossos olhos. Arthur Leandro, como é que deixei você ser alijado da decisão que você mesmo ajudou a construir o caminho? Não sei! Disse que faria, e não fiz. Por enquanto ficarei com uma frase sua: “Tempo é Rei de Angola”.
Não farei ata, não farei artigo, não farei moção ou recomendação. Continuemos a fazer o que nunca deixamos de ser, em nossas bases estão nossas trincheiras.
‪#‎MincResite‬ Não ao Minc da arte branca, eurocêntrica e machista. Nos cuidemos para não cair na armadilha da cultura de elite versus cultura popular.
Como nos ensina Mãe Beth de Osun: “Tá na hora do pau comer”.‪#‎nadaatemer‬

Texto publicado no Facebook pot Pedro Neto