Tambores como avançadas tecnologias de comunicação resgatando e salvaguardado conhecimentos ancestrais.
Podemos entender o “Tambor” como a primeira internet do mundo, quando os pretos africanos usavam seus instrumentos para se comunicarem entre si e entre vilarejos diferentes, o tambor realizava o papel de rede comunicacional, sendo comparado aos que temos hoje como (wan, lan e man) conhecidos tipos de comunicação das redes de computadores.
Os toques podem ser entendidos com as mensagens mandadas de tambores para tambores, que por sua vez são criptografadas com a possibilidade de um "decodificador", neste caso um mestre ancião ou griot que traduz os códigos musicais em linguagens humanas.
As informações que ficavam ocultas na mensagem e o povo consegue entender depois de descriptografadas pelos mestres portadores desses conhecimentos, possuem uma usabilidade de todos os meios humanos que os tambores nos proporcionam. Dessa forma, encontramos uma rede de comunicação sem fio, com capacidade de conectar a comunidade, além de tocar a alma do povo que faz parte dessa rede, mesmo que só como receptor de todos os dados finais do processo de decodificação.
É importante entender esse processo de comunicação cultural como uma importante tecnologia social, justamente porque as suas expressões acontecem sem se desprender das riquezas ancestrais, além de atribuir valores reais, compreendendo que nossas práticas merecem ser entendidas como algo altamente tecnológico e parte importante de um território digital que precisa ser ocupado pelo povo preto, uma vez que nossas comunidades e nossos saberes estão sendo roubados, principalmente por conta do processo de embranquecimento cultural que pode ser observado nas vivências maranhenses, motivo de alerta para o nosso povo. O Maranhão carregara riquezas culturais marcadas pela ancestralidade, repleta de significados e variedades, mantidas através do repasse da tradição oral, esses bens ultrapassam o valor simbólico no nível do imaterial para os povos e seus meios sociais ditando suas formas de convivência e valor político.
Nesse sentido o nosso projeto pretende realizar o resgate de memórias tradicionais dos povos pretos através da instrumentalização e criação de acervos de audiovisual, buscando alcançar a otimização da memória ancestral ligada com a digital, de forma que se mantenha os valores tradicionais das comunidades sem deturpar as práticas sociais dos participantes. De acordo com estudos comunicacionais “ ter cultura é estar conectado ” os bens culturais de um povo são mantidos pelo modelo de repasse de informações e conhecimentos através da tradição oral, corre em linha tênue entre uma segurança quase que criptografada e ao mesmo tempo com chances de cair no esquecimento, como por exemplo: a morte de um guardião desses conhecimentos tradicionais e ancestrais. Quando as comunidades necessitam criar uma documentação de seus conhecimentos e informações internas sempre tem que contar com o bem externo, quase sempre antropólogos ou pesquisadores, que ao realizar uma captura de vídeos, o executa com “o olhar do outro” um “olhar cientifico”, dessa forma corremos o risco de ter nossas informações construídas e sistematizadas com modelos desiguais aos da comunidade. Agora imaginemos esses dados sendo capturados e guardados com o olhar comunitário de quem vive aquela realidade, partes de uma cultura que carrega significados e que estão se perdendo com o passar do tempo nos acervos internos pela falha na comunicação ? Em cada localidade será apresentado duas palestras, tendo como objetivo duas oficinas com temáticas envolvendo apropriação tecnológica e conhecimentos tradicionais, nas áreas de confecções de instrumentos próprios, pautados nos valores civilizatórios africanos reconhecendo os tambores como tecnologias sociais e meios de comunicação usados nas comunidades. Repassar as práticas de confecção de instrumentos comunicacionais focando o bem de nossas comunidades, valorizando e fortalecendo a ancestralidade dos povos e comunidades tradicionais e de matriz africana. Realizar o reavivamento cultural valorizando as relações sociais das comunidades pretas, acreditando nesses bens culturais como mecanismos de aperfeiçoamento da conexões digitais e ancestrais sociais das comunidades tradicionais. Esses materiais serão repassados, aprendidos e acumulados, juntamente com o discurso da ancestralidade e em conjunto com diálogos de apropriação tecnológica. Atividades como essas exercem um papel fundamental e de extrema importância para exercícios culturais de um povo, uma vez que suas organizações sociais e políticas estão diretamente ligadas a memória que é repassada de forma oral, em sua maioria de pais para filhos e/ou de anciões para comunidades, sendo um agregador de valores identitários sociais, pois o conjunto que os forma é o esperado mundo mais do nosso jeito!
As informações que ficavam ocultas na mensagem e o povo consegue entender depois de descriptografadas pelos mestres portadores desses conhecimentos, possuem uma usabilidade de todos os meios humanos que os tambores nos proporcionam. Dessa forma, encontramos uma rede de comunicação sem fio, com capacidade de conectar a comunidade, além de tocar a alma do povo que faz parte dessa rede, mesmo que só como receptor de todos os dados finais do processo de decodificação.
É importante entender esse processo de comunicação cultural como uma importante tecnologia social, justamente porque as suas expressões acontecem sem se desprender das riquezas ancestrais, além de atribuir valores reais, compreendendo que nossas práticas merecem ser entendidas como algo altamente tecnológico e parte importante de um território digital que precisa ser ocupado pelo povo preto, uma vez que nossas comunidades e nossos saberes estão sendo roubados, principalmente por conta do processo de embranquecimento cultural que pode ser observado nas vivências maranhenses, motivo de alerta para o nosso povo. O Maranhão carregara riquezas culturais marcadas pela ancestralidade, repleta de significados e variedades, mantidas através do repasse da tradição oral, esses bens ultrapassam o valor simbólico no nível do imaterial para os povos e seus meios sociais ditando suas formas de convivência e valor político.
Nesse sentido o nosso projeto pretende realizar o resgate de memórias tradicionais dos povos pretos através da instrumentalização e criação de acervos de audiovisual, buscando alcançar a otimização da memória ancestral ligada com a digital, de forma que se mantenha os valores tradicionais das comunidades sem deturpar as práticas sociais dos participantes. De acordo com estudos comunicacionais “ ter cultura é estar conectado ” os bens culturais de um povo são mantidos pelo modelo de repasse de informações e conhecimentos através da tradição oral, corre em linha tênue entre uma segurança quase que criptografada e ao mesmo tempo com chances de cair no esquecimento, como por exemplo: a morte de um guardião desses conhecimentos tradicionais e ancestrais. Quando as comunidades necessitam criar uma documentação de seus conhecimentos e informações internas sempre tem que contar com o bem externo, quase sempre antropólogos ou pesquisadores, que ao realizar uma captura de vídeos, o executa com “o olhar do outro” um “olhar cientifico”, dessa forma corremos o risco de ter nossas informações construídas e sistematizadas com modelos desiguais aos da comunidade. Agora imaginemos esses dados sendo capturados e guardados com o olhar comunitário de quem vive aquela realidade, partes de uma cultura que carrega significados e que estão se perdendo com o passar do tempo nos acervos internos pela falha na comunicação ? Em cada localidade será apresentado duas palestras, tendo como objetivo duas oficinas com temáticas envolvendo apropriação tecnológica e conhecimentos tradicionais, nas áreas de confecções de instrumentos próprios, pautados nos valores civilizatórios africanos reconhecendo os tambores como tecnologias sociais e meios de comunicação usados nas comunidades. Repassar as práticas de confecção de instrumentos comunicacionais focando o bem de nossas comunidades, valorizando e fortalecendo a ancestralidade dos povos e comunidades tradicionais e de matriz africana. Realizar o reavivamento cultural valorizando as relações sociais das comunidades pretas, acreditando nesses bens culturais como mecanismos de aperfeiçoamento da conexões digitais e ancestrais sociais das comunidades tradicionais. Esses materiais serão repassados, aprendidos e acumulados, juntamente com o discurso da ancestralidade e em conjunto com diálogos de apropriação tecnológica. Atividades como essas exercem um papel fundamental e de extrema importância para exercícios culturais de um povo, uma vez que suas organizações sociais e políticas estão diretamente ligadas a memória que é repassada de forma oral, em sua maioria de pais para filhos e/ou de anciões para comunidades, sendo um agregador de valores identitários sociais, pois o conjunto que os forma é o esperado mundo mais do nosso jeito!
Mil Oniletó
São Luís – Maranhão
Telefone: 098 989065584/ 098 988567520 / E-mail: onileto@riseup.net; milson.santos42@gmail.com
Oficinas de construção de instrumentos:
Originalmente publicado na Rádio Beco da Cota.
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