Nós de Aruanda exibiu o Velhos baionaras, tesouros vivos - de Stéfano Paixão.
As dinâmicas de como devemos exibir obras cinematográficas,
baseada em uma sala de cinema formal, acaba limitando vários grupos e
comunidades a possibilidade de interação com essa linguagem artística, sensível
e política. É com essa energia que o GT de Povos Tradicionais de Terreiros de
Matriz Africana da PARACINE vem desenvolvendo suas ações, e é com essa
perspectiva que desde 2009 constrói a Rede de Cineclubes de Terreiro, e agora,
utilizando o espaço da galeria de arte, dentro da exposição ‘Nós de Aruanda – artistas
de terreiro’ (link site da exposição) para exibir filmes feitos em comunidades
ou dirigidos por membros de comunidades de terreiros afro-amazônicos. A galeria
que abriga a produção artísticas dos terreiros de Belém, Ananindeua, Marituba e
Castanhal abriga também sessões cineclubistas que normalmente acontecem em
terreiros, praças, movimentos sociais, com o intuito de posicionar a
importância da Resistência negra dos terreiros amazônidas.
por Luah Sampaio
A comissão organizadora desta mostra quis apresentar apenas
fazedores de cinema locais que produzem mesmo sem recursos suficientes e não
tem abertura nesse circuito fechado, para conseguir discutir e valorizar essa
produção audiovisual.
O filme que abriu a mostra foi “Velhos Baionaras, Tesouros Vivos” de Stéfano Paixão, a sessão aconteceu nesta última terça-feira, na galeria Theodoro Braga no CENTUR. Stéfano, nascido e criado em Baião, cidade ao lado de Tucuruí no rio Tocantins, tem uma bagagem nata de experiências de sua terra, dos mitos e tudo o que acerca esse mundo maravilhoso que são as comunidades de beira de rio na Amazônia. Por conta dessa ligação o filme é muito denso e percebe-se o real interesse e encanto das pessoas com suas histórias.
Exibimos duas sessões em uma tarde muito agradável e
contamos com a participação do produtor executivo do filme, Dário Jaime, o
roteirista Carlos Cruz e do diretor Stéfano Paixão, falando e comentando o
processo e os próximos projetos que parecem ser bem promissores. O filme está
na integra no site Youtube.
Até o final de março as sessões acontecerão na Galeria, toda
terça feira, com as seguinte programação:
Rede de Cineclubes de Terreiros/ PARACINE especialmente na
Galeria Theodoro Braga/ FCPTN. CENTUR, Av. Gentil Bittencourt, 650. Nazaré.
Belém/PA. Comissão editorial: Isabela do Lago, Arthur Leandro, Luah Sampaio e
Eduarda Canto.
18 de março, 15h - O sagrado é ecológico no Candomblé
Angola. (Educativo, filme coletivo: Alessandro Ricardo Campos, Anderson Johnny
dos S. Nunes, Arthur Leandro, Kátia Simone Alves Araújo, Renato Trindade,
Mametu Nangetu, Mametu Deumbanda, Táta Kinamboji, Táta Kamelemba, Muzenza
Vanjulê. Pará/ BR, 22 min, 2012). Sinopse: Ação educativa e prática de saberes
culturais na construção da educação ambiental na comunidade do Terreiro Mansu
Nangetu.
23 de março, 15h - Terreiro de Iyá. (Documentário, direção:
Artur Arias Dutra, Yasmin Alves e Cristiane Salgado. Pará/ BR, 24 mim, 2013).
Sinopse: Após a passagem da centenária Mãe Etelvina, líder espiritual da Tenda
São Jorge e Jarina na Ilha de Cotijuba (PA), acompanhamos o ritual onde os
filhos mais velhos, Seu Manoel e Dona Roberta, assumem os trabalhos no
terreiro. Um registro raro que compõe o documentário sobre esta comunidade
religiosa.
15:30 - Terreiro de
Mina. (Documentário, direção Edvaldo Moura, Pará/BR, 2013). Sinopse:
documentário sobre o Terreiro de Mina Nanã Buruquê, que completou 30 anos em
2013, na cidade de Castanhal/PA. Através das imagens do terreiro e do
depoimento de Mãe Ana Rita, o curta mostra a beleza da Umbanda e da
religiosidade afrobrasileira. Vencedor do V Festival de Curta Metragens Curta
Castanhal, em 2013, na categoria geral.
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