quinta-feira, 13 de março de 2014

Nós de Aruanda exibiu o Velhos baionaras, tesouros vivos - de Stéfano Paixão.


Nós de Aruanda exibiu o Velhos baionaras, tesouros vivos - de Stéfano Paixão.


por Luah Sampaio
As dinâmicas de como devemos exibir obras cinematográficas, baseada em uma sala de cinema formal, acaba limitando vários grupos e comunidades a possibilidade de interação com essa linguagem artística, sensível e política. É com essa energia que o GT de Povos Tradicionais de Terreiros de Matriz Africana da PARACINE vem desenvolvendo suas ações, e é com essa perspectiva que desde 2009 constrói a Rede de Cineclubes de Terreiro, e agora, utilizando o espaço da galeria de arte, dentro da exposição ‘Nós de Aruanda – artistas de terreiro’ (link site da exposição) para exibir filmes feitos em comunidades ou dirigidos por membros de comunidades de terreiros afro-amazônicos. A galeria que abriga a produção artísticas dos terreiros de Belém, Ananindeua, Marituba e Castanhal abriga também sessões cineclubistas que normalmente acontecem em terreiros, praças, movimentos sociais, com o intuito de posicionar a importância da Resistência negra dos terreiros amazônidas.
A comissão organizadora desta mostra quis apresentar apenas fazedores de cinema locais que produzem mesmo sem recursos suficientes e não tem abertura nesse circuito fechado, para conseguir discutir e valorizar essa produção audiovisual.

O filme que abriu a mostra foi “Velhos Baionaras, Tesouros Vivos” de Stéfano Paixão, a sessão aconteceu nesta última terça-feira, na galeria Theodoro Braga no CENTUR. Stéfano, nascido e criado em Baião, cidade ao lado de Tucuruí no rio Tocantins, tem uma bagagem nata de experiências de sua terra, dos mitos e tudo o que acerca esse mundo maravilhoso que são as comunidades de beira de rio na Amazônia. Por conta dessa ligação o filme é muito denso e percebe-se o real interesse e encanto das pessoas com suas histórias.
Exibimos duas sessões em uma tarde muito agradável e contamos com a participação do produtor executivo do filme, Dário Jaime, o roteirista Carlos Cruz e do diretor Stéfano Paixão, falando e comentando o processo e os próximos projetos que parecem ser bem promissores. O filme está na integra no site Youtube.
Até o final de março as sessões acontecerão na Galeria, toda terça feira, com as seguinte programação:
Rede de Cineclubes de Terreiros/ PARACINE especialmente na Galeria Theodoro Braga/ FCPTN. CENTUR, Av. Gentil Bittencourt, 650. Nazaré. Belém/PA. Comissão editorial: Isabela do Lago, Arthur Leandro, Luah Sampaio e Eduarda Canto.
18 de março, 15h - O sagrado é ecológico no Candomblé Angola. (Educativo, filme coletivo: Alessandro Ricardo Campos, Anderson Johnny dos S. Nunes, Arthur Leandro, Kátia Simone Alves Araújo, Renato Trindade, Mametu Nangetu, Mametu Deumbanda, Táta Kinamboji, Táta Kamelemba, Muzenza Vanjulê. Pará/ BR, 22 min, 2012). Sinopse: Ação educativa e prática de saberes culturais na construção da educação ambiental na comunidade do Terreiro Mansu Nangetu.
23 de março, 15h - Terreiro de Iyá. (Documentário, direção: Artur Arias Dutra, Yasmin Alves e Cristiane Salgado. Pará/ BR, 24 mim, 2013). Sinopse: Após a passagem da centenária Mãe Etelvina, líder espiritual da Tenda São Jorge e Jarina na Ilha de Cotijuba (PA), acompanhamos o ritual onde os filhos mais velhos, Seu Manoel e Dona Roberta, assumem os trabalhos no terreiro. Um registro raro que compõe o documentário sobre esta comunidade religiosa.

15:30 -  Terreiro de Mina. (Documentário, direção Edvaldo Moura, Pará/BR, 2013). Sinopse: documentário sobre o Terreiro de Mina Nanã Buruquê, que completou 30 anos em 2013, na cidade de Castanhal/PA. Através das imagens do terreiro e do depoimento de Mãe Ana Rita, o curta mostra a beleza da Umbanda e da religiosidade afrobrasileira. Vencedor do V Festival de Curta Metragens Curta Castanhal, em 2013, na categoria geral.

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