O Grupo de Estudos Afro-Amazônico (GEAM) e o CEDENPA, convidam para participar da Pré-estreia do filme "Raça" do Cineasta Joel Zito Araújo e Megan Mylan, que será exibido na Casa da Linguagem no dia 25/01/2013, às 19h00 com entrada franca.
Raça - o filme trata da identidade racial no país, focando nas histórias de três cidadãos negros que se destacaram pelo trabalho em defesa da igualdade racial: Netinho de Paula, Paulo Paim e Miúda dos Santos.
Os três personagens foram escolhidos a 
partir do trabalho que desenvolvem em favor da paridade. Cantor e 
empresário, Netinho de Paula é vereador reeleito pelo Partido Comunista 
do Brasil (PC do B) de São Paulo. Paulo Paim, do Partido dos 
Trabalhadores (PT) do Rio Grande do Sul, é senador e foi quem instituiu o
 Estatuto da Igualdade Racial. Miúda dos Santos, neta de africanos 
escravizados, é ativista quilombola.
Parceria – Joel Zito 
Araújo dirigiu a obra em parceria com a norte-americana Megan Mylan. 
Eles anunciaram que toda a renda obtida com a bilheteria do filme será 
destinada ao Fundo Baobá para Equidade Racial, instituição que apoia e 
estimula a filantropia para a justiça social no país. Segundo ele, a 
proposta é que o filme seja mantido em cartaz pelo maior tempo possível.
 A ideia é garantir o estímulo a outros projetos que visem a igualdade.
O cineasta Joel Zito e a documentarista 
norte-americana Megan Mylan se tornaram amigos na década de 1990. Em 
2004, surgiu a ideia que dirigissem juntos a um filme que foi o 
longa-metragem Raça. Megan, vencedora do Oscar com o 
documentário Smile Pinki (2008), decidiu junto a Joel Zito, acompanhar 
de perto durante cinco anos as três personalidades-chaves da obra, onde 
buscaram captar o debate racial que se tomou os espaços da mídia no 
século XXI.
Registros - As cenas 
foram feitas entre os anos de 2005 e 2011. Para cada personagem, os 
cineastas dedicaram cerca de três anos. A preocupação dos diretores em 
examinar o tema de forma ampla se revelou por meio da escolha de 
personagens de diferentes regiões do país – Brasília, São Paulo e 
Espírito Santo – envolvidos em projetos díspares que têm em comum a 
busca da superação da desigualdade racial.
Eles acompanharam os esforços do senador Paulo Paim para fazer com que a Lei do Estatuto da Igualdade Racial
 fosse aprovada no Congresso Nacional, em Brasília. Autor do projeto 
original que demorou quase uma década para ser sancionado, Paim se 
emociona ao discursar no Supremo Tribunal Federal, em um debate tenso: 
“Eu não quero nada. Só deem oportunidade para um povo que sempre foi 
excluído. Só quem é negro sabe o quanto que é difícil essa caminhada”, 
afirmou.    
“Por trás dos personagens quisemos 
mostrar histórias que contemplassem a diversidade de renda e gênero no 
universo específico da população negra brasileira”, diz Joel Zito. Para 
Megan, foi um privilégio acompanhar o momento histórico de transformação
 social no Brasil. “Queremos utilizar o poder de cinema, de uma história
 bem contada, para discutir como um Brasil moderno pode ser um país que 
valoriza a diversidade e a inclusão”, explica a documentarista.         
Ativismo - Outra luta, a de Miúda, é representada em
 sua busca pelo direito a posse das terras da Comunidade Quilombola de 
Linharinho, no Espírito Santo, e pelo respeito às suas tradições 
ancestrais. Junto aos moradores da região, Miúda briga contra uma grande
 empresa do ramo da celulose. “Desde a década de 70, uma grande 
plantação de eucalipto tomou todos os territórios”, denuncia a ativista.
“Os quilombolas são povos tradicionais 
que têm sua cultura, sua religião de matriz africana, danças e comidas 
típicas. Ficamos confinados”, conta Miúda durante o protesto organizado 
pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais 
Quilombolas (Conaq).
O documentário também mostra os 
bastidores da trajetória do cantor, apresentador e empresário Netinho de
 Paula durante todo o processo de criação e tentativa de consolidar seu 
canal TV da Gente. Fundado em 2005, no interior de São Paulo, o
 canal formado majoritariamente por profissionais negros foi idealizado 
por Netinho, que explica, durante uma entrevista, que “a democracia 
racial no Brasil não existe no campo das comunicações. O país está 
caminhando para uma mudança e a TV faz parte de uma mudança”, diz o 
artista.    
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