DOCENTES DA UFPA COM DILMA
EM FAVOR DAS POLÍTICAS
DE VALORIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
A sociedade brasileira está na iminência de definir que
conjunto de forças políticas irá governar o país nestes próximos anos. Mais uma
vez nos defrontamos com a necessidade de escolher entre um programa voltado a
fortalecer as instituições públicas e outro que aposta no mercado como
instância capaz e suficiente em si mesma de organizar a vida social.
A memória dos anos 1990 ainda é bem viva em todos aqueles que
estudaram ou trabalharam em uma instituição federal de ensino superior. Foram
anos desastrosos para as Universidades, que só agora, e a muito custo, estamos
conseguindo superar.
É preciso, pois, lembrar aos que porventura esqueceram, e
alertar as novas gerações, do imenso perigo que estamos a passar. A eventual
eleição do candidato do PSDB, Aécio Neves, representa um risco de enormes
proporções. Abaixo
destacamos alguns traços denunciadores da situação que vivíamos nos anos 1990.
Ø
Não se
investia em instalações físicas, compra de equipamentos ou de livros. Os
laboratórios eram extremamente precários e deteriorados; os banheiros eram
abjetos, a falta d’água era constante, e a limpeza esporádica; as salas de aula
eram desconfortáveis e muitas vezes sequer tinham carteiras em número
suficiente para os estudantes matriculados.
Ø
Os
orçamentos das Universidades eram insuficientes para as despesas mais
comezinhas, como pagar as contas de água, luz ou telefone.
Ø
Os
concursos para professores e técnicos eram raros e excepcionais. O corpo
docente era recomposto quase que exclusivamente pela contratação de professores
substitutos. Ademais, praticamente não havia possibilidade de expansão de vagas
e abertura de novos cursos.
Ø
Em
conformidade com sua política de desvalorização e esvaziamento das
Universidades, o governo do PSDB praticou uma política salarial extremamente
restritiva, sem reajustes, e com a implantação de uma série de
"gratificações" que visavam comprimir os vencimentos e
aposentadorias, resultando numa enorme precarização da atividade docente.
Ø
As bolsas
disponíveis para alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores eram em
número ínfimo e seus valores mantiveram-se inalterados por praticamente todo o período do governo FHC.
Sabemos bem que a vida universitária não pode ser plenamente
capturada e reduzida a uns tantos dados quantitativos. Mas tampouco prescinde
deles. Por isso, listamos abaixo, a título de exemplo, alguns dados que
julgamos expressivos (alguns deles de âmbito nacional e outros relativos à UFPA –
fontes: CNPq; Capes; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG; UFPA).
ü
O
orçamento da Capes, considerando-se apenas os valores destinados às
rubricas bolsas e fomento, aumentou 9 vezes, passando de R$ 580 milhões (2004) para R$ 5,3 bilhões (2013).
Destaque-se, quanto a isto, a implantação de um novo programa de bolsas – PIBID
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) – voltado
para estudantes de licenciatura, com o intuito de estimular a carreira docente
e estreitar a relação entre IFES e as Escolas de ensino básico.
ü O MCT, por sua vez (que abriga o CNPq e Finep),
teve seu orçamento aumentado em 3,8 vezes, passando de R$ 2,5 bi (2002) para R$ 9,5 bi (2014);
ü Registre-se a criação de duas novas
Universidades Federais no Pará (UFOPA e UNIFESSP), potencializando a
interiorização do ensino superior de graduação e a pós-graduação, assim como
fortalecendo a pesquisa e as ações de extensão.
ü Criação e efetivação de programas de grande
magnitude e impacto científico e tecnológico, como o Ciências
sem Fronteiras.
ü
O
orçamento da UFPA (entre 2002 e 2013) teve aumento de 7,2% em termos reais, passando
de R$ 261.664.115,46 para R$ 880.879.535,09, sendo mais expressiva essa elevação ao se considerar que
as novas Universidades passam a deter orçamentos próprios, sendo que diversos
campis do interior que antes faziam parte da UFPA passam a compor as novas
unidades federais.
ü Mesmo com a criação das novas universidades
e portanto desmembramento de diversos campis do interior, o nº de professores
efetivos/UFPA aumentou 10,53% entre 2002 e 2013 (e a relação professor
substituto/efetivo baixou de 16,22% para 8,76%), ou seja, cresceu o número de efetivos de 2.249 para 2.486 e
os temporários (substitutos) diminuiram de 365 para 218.
ü Houve um acréscimo de 8,27% no nº de
técnico-administrativos/UFPA (entre 2002 e 2013), novamente desconsiderando as
redistribuições às novas universidades.
ü A quantidade de estudantes de graduação/UFPA, somente capital (entre 2002 e 2013) teve um crescimento de 28%.
ü O nº de bolsas de iniciação científica
destinadas exclusivamente a estudantes de graduação/UFPA (entre 2002 e 2012)
aumentou em 249% (passando de 281 para 983 bolsas).
Apesar dos inúmeros desafios ainda a enfrentar, não
nos enganemos, vitoriosas as forças que a candidatura Aécio representa, teremos
anos muito difíceis pela frente. Por isso, concitamos a todos/as que partilham
dessa mesma preocupação a desempenhar um papel ativo no sentido de divulgar
essa mensagem e conversar com seus colegas, alunos, amigos, familiares
alertando-os acerca da gravidade do momento.
Assinam Docentes da Universidade Federal do Pará.
AFONSO WELINGTON NASCIMENTO
FAED/ABAETETUBA
ALBERTO DAMASCENO ICED
ALEXANDRE CALS ICED
AMÉLIA MESQUITA ICED
ANA CLEIDE MOREIRA PPGP
ANA LÚCIA BENTES FAED/CAMPUS CASTANHAL
ANDERSON OLIVEIRA MAIA CCSE
ARI LOUREIRO ICSA
ARMANDO LÍRIO ICSA
CARLOS BORDALO IFCH
CARLOS MACIEL ICSA
CLARICE MELO ICED
CLEIDIANNE NOVAES ICSA
DANILO FERNANDES PPGE/FACECON/ICSA
EDELA SANTOS IFCH
EDNA ABNEN ICED
ELIAS DINIZ SACRAMENTO CAMPUS CAMETÁ
ELIAS DINIZ SACRAMENTO IFCH
EMINA SANTOS ICED
EUNICE GUES IFCH
FERNANDO ARTHUR NEVES IFCH
FLÁVIA LEMOS ICED
FRANCISCO DE ASSIS COSTA NAEA
GENILTON ROCHA ICED
HÉLIO MAIRATA ICSA
JOÃO CARLOS CRUZ IGC
JOSÉ ALBERTO VASCONCELOS ICJ
JOSÉ RAIMUNDO TRINDADE ICSA
MAURÍCIO LEAL DIAS ICJ
MAURÍCIO LEAL DIAS IFCH
NÁDIA FIALHO ICSA
NEI CRISTINA DE OLIVEIRA ICED
ORIANA DE ALMEIDA NAEA
ORLANDO NOBRE DE SOUZA FAED/ICED
PERE PETIT IFCH
RAIMUNDO LEITE ICED
RICARDO BRUNO ICSA
SANDRA HELENA CRUZ ICSA
SÉRGIO NUNES IFCH
SÉRGIO RIVERO ICSA
SILVIA CRUZ ICS
SOCORRO COELHO ICED
TELMA GUERREIRO ICED
WELSON CARDOSO ICSA
WILSON BARROSO ICED
ZÉLIA AMADOR DE DEUS ICA
REINALDO NOBRE PONTES ICSA
SOLANGE GAYOSO ICSA
CILENE BRAGA ICSA
ANTONIA
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