quarta-feira, 2 de abril de 2014

Projeto Rotação de Culturas em Belém.

Projeto Rotação de Culturas,  contemplado pelo Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, promove atividades de 7 a 11 de abril na Galeria Theodoro Braga do CENTUR.
Dias 7 e 8 de abril, das 16h às 19h – Mesas Redondas
De 7 a 11 de abril, das 14h às 16h – Mostras de vídeo
Local: Galeria Theodoro Braga | Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Av. Gentil Bittencourt, 650, Térreo. Belém (PA) – Contatos em Belém: Bruna Suelen – 91-82364046 ou Arthur Leandro – 91-80353377//// 99333077//// 84506974//// 93223377

A "rotação de culturas" é uma técnica agrícola de conservação que visa diminuir a exaustão do solo e consiste em alternar, anualmente, o plantio de diferentes espécies vegetais numa mesma área agrícola, e que isso, além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, pode também melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxiliar no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, na reposição de matéria orgânica, na proteção do solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do "sistema de semeadura direta" e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e sobre o ambiente como um todo. Um esquema de rotação deve ter flexibilidade, de modo a atender as particularidades regionais. O uso da "rotação de culturas" conduz à diversificação das atividades na propriedade".
Bikes de Fernando de Pádua.
          Além de promover o intercâmbio cultural nacional entre artistas pesquisadores das regiões Norte e Sul do Brasil, o projeto Rotação de culturas promove também a troca no âmbito de cada uma das regiões, oportunizando a reflexão e diálogo da comunidade artística da Região Norte em Belém e da comunidade artística da Região Sul em Curitiba, a partir da realização de dois encontros, em Belém-PA e em Curitiba-PR, agregando um artista/pesquisador de cada um dos 10 estados que compõem as duas regiões extremas do Brasil.
O elenco conta com a presença de Ueliton Santana (Rio Branco-AC), Mapige [Maria Pinho Gemaque] (Macapá-AP), Sávio Stoco (Manaus-AM), Newton Goto (Curitiba-PR), Arthur Leandro (Ananindeua/PA) e Bruna Suélen (Colares-PA), Claudia Paim (Porto Alegre/ Rio Grande-RS),  Joeser Alvarez (Porto Velho-RO), Anderson Paiva (Boa Vista-RR), Janice Appel e Gabriela Saenger (Florianópolis-SC), Thaise Nardim (Palmas-TO), artistas que fizeram as pesquisas e que estarão nos debates sobre os circuitos locais. Os encontros e trocas acontecem em duas ações abertas ao público: debate sobre os circuitos artísticos estaduais e mostra de vídeo sobre circuitos autônomos nessas localidades. Serão quatro debates, 2 em Belém, na Galeria Theodoro Braga da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves/ CENTUR, e 2 em Curitiba no Museu Oscar Niemeyer - MON, envolvendo os 10 artistas/pesquisadores participantes do projeto, e duas mostras de vídeo, nos mesmos locais.
Do Pará a mostra apresentará trabalhos de Ícaro Gaya, Qualquer Quoletivo, rede[aparelho]-:, coletivo Matou o cinema e foi à família, Pedro Olaia,  Romário Alves, Táta Kinamboji (Arthur Leandro) e coletivo do Terreiro de Mansu Nangetu,  Táta Kafungeji (Rodrigo Barros) e coletivo do Terreiro Rundembo Ngunzo ti Bamburucema e Fernando de Pádua. E a análise feita é de um circuito apresentado como uma consequência da violência colonizadora. 

Trava Carne: Brasil: BRASIL, o enforcador de Travestis.

Para os pesquisadores Arthur Leandro e Bruna Suélen“a situação que a gestão pública criou, reduziu o espectro de multiplicidade do circuito naquilo que comumente chamamos de movimento cultural: ou a livre circulação de ideias que não são identificáveis com as intenções mercado, mas que são ricas em produção simbólica” e eles investem em apresentar um circuito criado pelos próprios artistas selecionados, um circuito em que a arte está impregnada de culturas consideradas não européias e que se apresentam em áreas rurais, nas ruas e nos rios em uma “vivência artística que produz na cultura da liberdade amazônida”, uma produção que consideram invisível, e por isso mesmo é a produção por eles escolhida “para garantir a fertilidade do solo artístico das culturas amazônidas”, afirmam. Para eles, é importante apresentar o pouco conhecido que é feito aqui para revolver o solo artístico no Grão-Pará.


Sinopses dos vídeos:

Vivendo em Casa- Quartarei longe contigo. Ícaro Gaya e Qualquer Quoletivo. Sinopse: Em quarto crescente, cavalgamos. Ouço melodias da infância onde tempo não é mais que uma caverna e o espaço é sempre instante e a alma galopa por cartazes escritos. Caminhos labirínticos de sonhos, imagens elétricas, dedos entrecruzados, egos eletrocutados, olhos sujos e vermelhos, intimidades e maremotos. Eu estava presente neste rio caudaloso do ir e vir. A cor é apaziguadora, abre gavetas. Entrega-se a pele às pomadas e porradas que deves me dar-me. Olho-te frio, quente, morto, pronto, au dent, cozido pelo sol tramitando no porvir das ascenções. Eu queria mais mágica e mais sonho. Minha prestidigitadora do futuro. Arranca-me os véus quando não posso...revela esse monstro, essa coisa gosmenta que escorre. A baba do filho escarnecendo, doloroso, ao léu. Trabalho há de vir, neste chão me deitarei e espararei você nascer. No coração de todo salvador há uma alma e há você. Só com coração pulsante poderemos sair de nós mesmos: vejo a rua, e hoje não sou atropelado, pois os olhos vestem-se de grades e o sonho volta. E o sonho é papel de paredes, nossa cabeça sem tijolos, é reciclada a cada horizontal. E o almoço estará pronto, na casa dos outros. Não na minha. Manias de mais.

aparelho/aparelhado/aparelhagem. Rede[Aparelho]-: Documentário poético e experimental sobre circuito alternativo de comunicação na cidade de Belém. Artistas de rua, Artistas do comercio e Artistas da periferia. O palco é a rua e a gambiarra tecnológica é o suporte. Lowstecs representando a Amazônia Brasileira.

NavegAções #2 AsLÉMdasdecoLARES. qUALQUER qUOLETIVO e MATOU O CINEMA E FOI A FAMILIA. Sinopse: P(h)oda Tecnoxamica. Em 2012 após uma poda brutal das árvores da Praça Miguel Gondin no centro comercial da Ilha de Colares-Pará, foi realizado um ritual tecnoxamico como forma de protesto, clamando à mãe natureza para as folhas das árvores renascerem, pois reclamar para a secretária de obras e/ou do meio ambiente não resolveu o problema e eles insistem em podar as arvores todos os anos desnecessariamente, pois não há fios que pudessem justificar tal ato, mesmo que. Esse ritual gerou provocações sobre religião, desmatamento e arte, o vídeo retrata construção, a convivência coletiva para o ritual e a performance em si.


Rebatizado do elevado Exu de Mãe Celina. Sinopse: Registro de Performance coletiva proposta por Táta Kinamboji e realizada pelo Terreiro Mansu Nangetu, onde houve um rebatizado do elevado situado na cidade de Belém, elevado que agora se chama ‘Exu de Mãe Celina’, frisando a importância de homenagem para a criação de memória pública para os povos tradicionais de matriz africana; 


e ainda registro do Trabalho Arte Oferenda, Sua Intervenção Gera Arte - SIGA de Rodrigo Barros (Táta Kafungeji) em conjunto com o Terreiro Rundembo Ngunzo ti Bamburucema, feitos para vídeo-instalação na exposição ‘Nós de Aruanda – artistas de terreiro’ em 2013.


EskizoBike: Procesos poéliticos de Fernando de Pádua. Sinopse: Video-arte-Documentário sobre o trabalho de Fernando de Pádua, artista Visual que constrói bicicletas como pressuposto Poélitico - termo que fundamenta sua pesquisa para uma produção processual em práticas ordinárias do fazer poético -, apropriando-se de refugos, sucatas, restos de materiais da indústria e da construção civil para produzir objetos que possam servir de intervenção itinerante sobre rodas, transformando seus objetos em estruturas movíveis.

TravaCarne - Uma história de travestis e açougues. Sinopse: Os três vídeos produzidos nesta serie são registros de ações realizadas na cidade de Belém retratando a cena periférica de prostituição masculina e o quanto estes homossexuais estão suscetíveis a violência homofóbica e marginalizados dentro do sistema heteronormativo em que vivemos. Pedaços de carne crua são oferecidos aos transeuntes como partes dos corpos de tantos travestis mortos nas ruas. Enquanto no almoço do Círio serve-se como prato principal pato no tucupi, nas esquinas os açougues diariamente expõem corpos femininos prontos para o abate. (3 vídeos)

1- travacarne/extimação nº4. Rede [Aparelho]-: e Qualquer Quoletivo - Registro da performance travacarne/extimaçãonº4 no Mídia Cidadã no campus da Ufpa-Guamá-Belém 2011. Sinopse: Há no coração de cada coração um pouco de mastigável e cuspível. Algo que nos lembra a cachorrice que é ser considerada socadela. Travas perdidas procurando seus pedaços de outras tantas como nós, lindas, nítidas, feias, opacas, foda-se o que se é!, saibamos que soumos e sempre sereremos.

2- Trava Carne na Primeira Égua: Sarau do corpo poético. Sinopse: Tradicionalmente o Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém é um encontro entre o profano e o sagrado. Depois que a Santa passa em sua Trasladação no sábado, véspera do círio tem inicio no Bar do Parque a maior festa Gay da Região, a festa da Chiquita Bacana, onde todas as travesti da cidade aparecem para dar “pinta” ou “Close”. No domingo temos o tradicionalíssimo almoço do círio com Pato no Tucupí. O Trava Carne do Círio, feito especialmente para a Primeira Égua: Sarau do Corpo Poético, traz a tona mais uma vez a realidade violenta que as travestis enfrentam em seu cotidiano e o quanto isso é ocultado pela mediocridade do sistema, “é travesti não gente”, comparando a vida das travesti com o Pato do Círio que é abatido. Quantos abatimentos de humanos-travestis são feitos diariamente?

3- Trava Carne: Brasil: BRASIL, o enforcador de Travestis. Sinopse: registro de performance de Pedro Olaia e Romario Alves BRASIL, o enforcador de Travestis.



Serviço:
Projeto Rotação de Culturas
Contatos em Belém: Bruna Suelen – 91-82364046 ou Arthur Leandro – 91-80353377//// 99333077//// 84506974//// 93223377
Projeto contemplado no Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais;
Realiza atividades entre os dias 7 e 14 de abril nas duas capitais brasileiras, em Belém-PA:
Dias 7 e 8 de abril, das 16h às 19h – Mesas Redondas
De 7 a 11 de abril, das 14h às 16h – Mostras de vídeo
Local: Galeria Theodoro Braga | Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Av. Gentil Bittencourt, 650, Térreo. Belém (PA) – Tel.: (91) 3202-4313
Coordenação Artística: Newton Goto - EPA! Expansão Pública do Artista Empreendimentos Artísticos e Culturais LTDA (Curitiba/PR)
Coordenação Logística: Joesér Alvarez - Associação Coletivo Madeirista – ACME (Porto Velho/ RO)

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