Carta Aberta a Ilma. Sra. Martha Suplicy ou
Palavra de Ministra Não Vale Nada?
A
proposta da criação das cadeiras no CNPC, amplamente debatida e
articulada pelo Colegiado Setorial de Cultura Afro-Brasileira nasce a
partir da primeira reunião do Colegiado realizada em Brasília no
dia 20/06/2013, depois é aprovada pelo Conselho Nacional de Política
Cultural em sua 19ª Reunião Ordinária realizada em 31/07/2013
com a recomendação de ampliação da representação das culturas
afro-brasileiras no Conselho Nacional de Política Cultural, nos
conselhos estaduais e municipais de cultura e demais instâncias de
participação e controle social do Sistema Nacional de Cultura e por
fim é garantida pela Ilma. Ministra da Cultura Marta Suplicy em
reunião realizada com este colegiado no dia 27/11/2013.
(Em anexo
encaminhamos cópia da publicação do Diário Oficial da União com
a Recomendação No. 6, de 31 de julho de 2013.)
Nos,
membros do Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileira, reunidos
em reunião ordinária nos dias 13 e 14/05/2014 em Brasília fazemos
a seguinte pergunta: Palavra de Ministra Vale?
As
vésperas da 23ª. reunião ordinária do CNPC Minc, nada foi
resolvido. O Ministério da Cultura convidará representantes da
Capoeira, do Hip Hop e dos Povos Tradicionais de Matriz Africana para
falarem no plenário.
Não foi
isso que nos garantiram. Nos garantiram a criação das cadeiras de
Capoeira, Cultura Hip Hop e Povos Tradicionais de Matriz Africana.
O Minc
justifica a não garantia da palavra da Ministra pela necessidade de
estudo sobre a viabilidade econômica da criação das cadeiras, pela
construção de exposição de motivos, pelo crescimento do numero de
representações no CNPC, o que levaria ao seu inchaço.
Outra
questão também garantida e foi a implementação de pelo menos um
Pontão de Cultura de Matriz Africana em cada região. Não o
lançamento de editais de premiação. Palavra de Ministra Vale?
Este
mandato do Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do
CNPC/Minc só se encontrará ordinariamente mais uma vez até o fim
do seu mandato.
Na
abertura da III Conferência Nacional de Cultura a Ilma. Sra.
Ministra da Cultura afirmou: “A base da cultura brasileira é
negra”. Palavra de Ministra Vale?
O
Ministério da Cultura só foi criado em 1985, pelo Decreto 91.144 de
15 de março daquele ano. Reconhecia-se, assim, a autonomia e a
importância desta área fundamental, até então tratada em conjunto
com a educação.
Considerando
a re-estruturação do Conselho Nacional de Política Cultural,
remodelado desde 2005, é somente no final de 2012 que, à duras
penas e com tantas outras dificuldades regionais, constituiu-se e
elegeu-se o PRIMEIRO Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras
do CNPC, que foi composto por 25 representantes de quatro das cinco
regiões administrativas do Brasil.
Porque
será que o Estado brasileiro só instaurou uma única representação
das diversas culturas afro-brasileiras no Ministério da Cultura,
apenas 26 anos depois de sua criação?
Porque o
ônus das dificuldades [financeiras e de execução] dos CNPC, pelo
menos desde 2005 a 2013, e colocado no colo das Culturas
Afro-Brasileiras?
Será que
a palavra e comprometimento da Ministra com o movimento social
cultural afro-brasileiro não será cumprido?
Colegiado
Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do Conselho Nacional de
Políticas Culturais do Ministério da Cultura
Arthur Leandro / Tata
Kinamboji (PA)
Paulo Cesar Pereira de
Oliveira (SP)
Região Norte
Mametu Nangetu (PA)
Muagilê N’Zambi (PA)
Janete de Oliveira (PA)
Emanuel
dos Santos Souza (PA)
Tatá
Dianvula (PA)
Região Nordeste
Mãe Neide (AL)
Cláudia Cristina
Puentes (AL)
Pai Lula Dantas (BA)
Mãe Beth de Oxum (PE)
Edvaldo Pena da Silva -
Ibuaroji (BA)
Mãe Lucia Goes Brito
(BA)
Pai Gilson (AL)
Rodrigo Petinati (AL)
Região Sul
Valmir Ferreira / Baba
Diba (RS)
Elza Vieira da Rosa
(RS)
Região Sudeste
Mãe Márcia de Osun
(RJ)
Alexandre Braga (MG)
Pedro Neto (SP)
Jana Guinond (RJ)
Flávio Costa (RJ)
Sandra Campos (SP)
Eduardo Brasil (SP)
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